Até o final deste mês, o SESI da Avenida Paulista abriga o maior festival de arte e tecnologia da América Latina, o FILE. São fios, cabos, monitores, laser, luzes coloridas que unidos formam uma instalação de tecnologia e imaginação.
A curiosidade é aguçada ao adentrar o recinto da exposição. A impressão é de um mundo conectado em alta velocidade. Entre fones e imagens abstratas existem um campo para jogar bola digital. É preciso ter estratégia para acender as luzes dos quadrados que estão no chão. De acordo com o monitor da exposição, o criador desta invenção diz que é impossível alguém vencer a terceira fase do jogo, quando os quadrados diminuem de tamanho e jogar, torna-se mais difícil.
Uma outra coisa que chama a atenção é uma cama. Ou melhor duas camas. A primeira manda impulso para a segunda. Quem quiser ser massageado de uma forma bem diferente, é só deitar e deixar que outra pessoa pule, deite e role para mandar os impulsos e o colchão faz ondulações de acordo com o movimento. Bom para relaxar!
Um colete cheio de luzes mostra o quão estressado está um jogador de video-game. O colete marca as batidas do coração e o nível de estresse, durante um jogo. Quem está bem relaxado consegue jogar com mais fluidez e as luzes ficam verdes. Para os estressados o jogo fica lento e as luzes vermelhas. É um sinal de alerta.
Na exposição tem tecnologia. Tudo o que é interativo causa uma sensação diferente no público. Mas, o que tem lá, só pra olhar, não chama a atenção para descobrir o que é.
Vejo as instalações como formas de entretenimento, mas não descobri nenhuma que se encaixe na ARTE. Pois esta precisa, de uma certa forma, ter uma conotação humana e entreter por entreter, deixa de ser ARTE.
Mas, vale a pena dar umas "puladinhas"...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Enredos de uma imagem

Olhar fotografias é como participar de alguns momentos da viagem de alguém. É se transportar a outro universo, que pode ser de alegria ou tristeza. Essa é a sensação provocada pelas fotos de Maureen Bisilliat, em exposição no Sesi da Avenida Paulista.
Logo na entrada do prédio já é possível ver os traços dos rostos fotografados. Ao adentrar o mundo de Maureen, é notável que Guimarães Rosa a influenciou. É no preto e no branco que as imagens do sertão e do povo que ali vive são retratadas. O olhar sertanejo parece buscar um horizonte diferente em meio ao pó daquela terra pisada por eles.
As histórias de Jorge Amado também estão presentes em Maureen. Mesmo as fotografias sendo em preto e branco, o balanço do mar e suas ondas dão um movimento que é refletido no povo baiano. Nas águas, as pessoas parecem dançar, mesmo em meio às rochas, iluminadas pela luz solar.
Os índios do Xingu são retratados com muita cor vermelha. A relação com a natureza e entre eles é de um calor intenso. A China e a Bolívia possuem expressões faciais bem diferentes de outros povos, como se as cores ali representadas só existissem nessas nações. O Japão, através do olhar de Maureen, parece um país feliz e com paisagens maravilhosas, típicas de lugar dos sonhos. Já a Costa do Marfim é caracterizada pela elegância de suas vestimentas. As pessoas parecem posar como reis e rainhas em suas roupas azuis, amarelas e roxas.
Ao observar durante algo tempo qualquer uma das fotografias é possível traçar um perfil dos personagens e contar uma história. E isso Maureen deixa claro no início da exposição: “Escrever com a imagem e ver com a palavra”.
Local: Galeria de Arte do SESI – Centro Cultural Fiesp-Ruth Cardoso
Av. Paulista, 1313- Metrô Trianon-Masp
Data: de 02 de março a 04 de julho de 2010.
Horário: Segundas-feiras, das 11h às 20h; Terça-feira a sábado, das 10h às 20h e Domingos, das 10h às 19h
Entrada franca
Virada a Paulista
No último fim de semana ocorreu a Virada Cultural. São 24 horas de apresentações artísticas interruptas na capital. Na Avenida Paulista o único lugar que abrigou o evento foi a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de poesia e literatura.
O casarão fica no primeiro quarteirão da Avenida. Antes de entrar, no portão, já era possível ouvir o show iniciado. Era uma apresentação de Sérgio Ricardo, que comemorava 60 anos de carreira. O cantor e compositor dividiu o palco com Filó Machado, que dedilhou o violão e cantou.
Sério Ricardo, com 77 anos, atraiu pessoas de todas as idades. Sentadas no chão, em frente ao palco, crianças e adolescentes descobriam quem era esse cantor. Nas cadeiras e mesmo em pé, os adultos e muitos idosos cantavam as músicas, que de alguma forma, marcaram um momento de suas vidas.
No jardim da Casa das Rosas, além do show outras coisas aconteciam como a “estilização de roupas.” Era só chegar com uma camiseta branca, que os desenhistas a pintavam. Dentro do Casarão, músicas dos anos 40 e 50 embalavam muita gente. Além de uma exposição de autores que tiveram suas obras adaptadas para os quadrinhos. Ah, sem contar as bexigas amarelas e pretas que transitavam pela casa nas mãos de muitas pessoas que participaram do Cortejo Poético, na abertura do evento.
A Virada Cultural chama muita gente a acompanhar as apresentações por toda a cidade. A concentração maior fica no centro de São Paulo. Na Avenida Paulista havia apenas um lugar. Por ser uma avenida extensa e com outros lugares culturais, a Virada poderia se apropriar mais. A Casa das Rosas se recheou de espetáculos, mas foi apenas um ponto da imensa Avenida Paulista.
O casarão fica no primeiro quarteirão da Avenida. Antes de entrar, no portão, já era possível ouvir o show iniciado. Era uma apresentação de Sérgio Ricardo, que comemorava 60 anos de carreira. O cantor e compositor dividiu o palco com Filó Machado, que dedilhou o violão e cantou.
Sério Ricardo, com 77 anos, atraiu pessoas de todas as idades. Sentadas no chão, em frente ao palco, crianças e adolescentes descobriam quem era esse cantor. Nas cadeiras e mesmo em pé, os adultos e muitos idosos cantavam as músicas, que de alguma forma, marcaram um momento de suas vidas.
No jardim da Casa das Rosas, além do show outras coisas aconteciam como a “estilização de roupas.” Era só chegar com uma camiseta branca, que os desenhistas a pintavam. Dentro do Casarão, músicas dos anos 40 e 50 embalavam muita gente. Além de uma exposição de autores que tiveram suas obras adaptadas para os quadrinhos. Ah, sem contar as bexigas amarelas e pretas que transitavam pela casa nas mãos de muitas pessoas que participaram do Cortejo Poético, na abertura do evento.
A Virada Cultural chama muita gente a acompanhar as apresentações por toda a cidade. A concentração maior fica no centro de São Paulo. Na Avenida Paulista havia apenas um lugar. Por ser uma avenida extensa e com outros lugares culturais, a Virada poderia se apropriar mais. A Casa das Rosas se recheou de espetáculos, mas foi apenas um ponto da imensa Avenida Paulista.
domingo, 16 de maio de 2010
Acontecimentos de um Cinema
Ao fazer o convite para assistir “Cinema”, alguém pode perguntar: “qual o nome do filme?”, não entendendo que se trata de uma peça de teatro. O espetáculo da Sutil Companhia de Teatro está em cartaz no SESI da Avenida Paulista e é dirigido por Felipe Hirsch.
Depois de estreado no Festival de Teatro de Curitiba, Cinema vem lotando as sessões do Teatro Popular do SESI. Assim que o público ocupa seus lugares é possível observar com calma, no palco, poltronas vermelhas enfileiradas, iguais a de uma sala de cinema.
O terceiro o sinal é dado e os atores começam a dar vida ao Cinema. Sentados, sem dizer quase nada, apenas algumas palavras insignificantes, cada personagem assiste ao filme de uma maneira diferente. Tem aquele que só olha para a namorada, outro não pisca, um terceiro lê a legenda em voz alta e quem já conhece o filme faz questão de contá-lo em voz alta. São os tipos de pessoas encontrados em uma sala cinematográfica.
Em vários momentos, os atores olham diretamente para o plateia. A sensação é a de que eles assistem as pessoas que foram prestigiar o espetáculo. O público é convidado a refletir sobre o seu próprio comportamento dentro de um cinema. Um ator tenta explicar o significado da peça, porém, na língua russa. Isso significa que muitas coisas assistidas não são compreendidas.
Fatos inusitados também acontecem no Cinema. Uma mulher com um braço “louco” bate em outras pessoas, por não ter controle. Outros comem verduras e há trocas de namorados. Duas irmãs ficam literalmente juntas, no mesmo vestido e acontece um baile sobre as poltronas vermelhas.
Às vezes, durante o espetáculo, dava a impressão de que tudo iria ser igual: pessoas entrando e saindo de uma sala de cinema. Mas, observar um único ator em cena era olhar a si próprio. A grande maioria está sempre nas cadeiras, assistindo. E ver os acontecimentos nas poltronas e entre elas, é mostrar o que não é visto nos cinemas: o público.
Local: Teatro do SESI – São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Metrô Trianon-Masp.
Entrada Franca às quintas e sextas;
Sábados e Domingos, R$ 10,00
Data: de 26 de março a 4 de julho de 2010 - de quinta-feira a domingo, às 20h.
Duração: 90 minutos
Depois de estreado no Festival de Teatro de Curitiba, Cinema vem lotando as sessões do Teatro Popular do SESI. Assim que o público ocupa seus lugares é possível observar com calma, no palco, poltronas vermelhas enfileiradas, iguais a de uma sala de cinema.
O terceiro o sinal é dado e os atores começam a dar vida ao Cinema. Sentados, sem dizer quase nada, apenas algumas palavras insignificantes, cada personagem assiste ao filme de uma maneira diferente. Tem aquele que só olha para a namorada, outro não pisca, um terceiro lê a legenda em voz alta e quem já conhece o filme faz questão de contá-lo em voz alta. São os tipos de pessoas encontrados em uma sala cinematográfica.
Em vários momentos, os atores olham diretamente para o plateia. A sensação é a de que eles assistem as pessoas que foram prestigiar o espetáculo. O público é convidado a refletir sobre o seu próprio comportamento dentro de um cinema. Um ator tenta explicar o significado da peça, porém, na língua russa. Isso significa que muitas coisas assistidas não são compreendidas.
Fatos inusitados também acontecem no Cinema. Uma mulher com um braço “louco” bate em outras pessoas, por não ter controle. Outros comem verduras e há trocas de namorados. Duas irmãs ficam literalmente juntas, no mesmo vestido e acontece um baile sobre as poltronas vermelhas.
Às vezes, durante o espetáculo, dava a impressão de que tudo iria ser igual: pessoas entrando e saindo de uma sala de cinema. Mas, observar um único ator em cena era olhar a si próprio. A grande maioria está sempre nas cadeiras, assistindo. E ver os acontecimentos nas poltronas e entre elas, é mostrar o que não é visto nos cinemas: o público.
Local: Teatro do SESI – São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Metrô Trianon-Masp.
Entrada Franca às quintas e sextas;
Sábados e Domingos, R$ 10,00
Data: de 26 de março a 4 de julho de 2010 - de quinta-feira a domingo, às 20h.
Duração: 90 minutos
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